Acordes de Cura Popular do Cerrado

Acordes de Cura Popular do Cerrado

Projeto

O Cerrado, com sua rica biodiversidade e cultura vibrante, é base de tradições que remontam a séculos. Entre seus habitantes, destacam-se as raizeiras e benzedeiras do Tocantins, guardiãs de um conhecimento ancestral sobre a medicina popular, que utiliza os recursos naturais da região para curar doenças e promover o bem-estar. O projeto “Acordes de Cura Popular no Cerrado” surge como uma iniciativa essencial para preservar e valorizar esse conhecimento, criando um e-book e um audiolivro que unem narrações, receitas e músicas, sob a coordenação da musicista Lucimar.

Entre os pilares do projeto está a Preservação Cultural, por meio do conhecimento das raízes e benzedeiras do Tocantins, garantindo que suas tradições não se percam no tempo; a Valorização da Medicina Natural com a apresentação de receitas curativas à base de plantas e produtos naturais do Cerrado, evidenciando a riqueza da biodiversidade da região; e Conexão Musical com a integração de músicas regionais que complementam as narrativas das receitas, criando uma experiência sensorial única que une som, história e cura.
Nesse contexto, o projeto Acordes de Cura Popular no Cerrado representa uma oportunidade única de conectar passado e futuro, de curar não apenas os corpos, mas também as relações entre as pessoas e a terra. Ao valorizar e compartilhar o conhecimento das raízes e benzedeiras, contribuímos para a preservação da cultura local e a promoção de uma saúde mais natural e acessível.

Acordes de Cura Popular no Cerrado é mais que um projeto; É uma homenagem ao conhecimento coletivo e ao poder da natureza, uma ponte entre o passado e o futuro que visa curar não apenas os corpos, mas também as relações entre as pessoas e suas terras. É uma homenagem a todos e todas que, com as mãos e o coração, cuidam da terra e da saúde da comunidade, perpetuando um conhecimento que passa de geração em geração.

Com amor e saúde cultural,

Lucimar

Saiba que Curam: A Tradição das Benzedeiras e Raizeiras do Tocantins

No coração do Brasil, onde o Cerrado se estende numa sinfonia de cores, sons e sabores, há um tesouro material guardado na história: o conhecimento das benzedeiras e raízes. Há mulheres e homens que carregam consigo a maestria de curar, não só o corpo, mas também a alma, através de orações, raízes, raízes e um profundo conhecimento da natureza. "Acordes de Cura Popular do Cerrado" apresenta algumas mulheres que em seus dias mantêm viva a cultura popular do Tocantins.

Personalidades tradicionais como Doutra, do Jalapão, cujos mais habilidosos transformam plantas em remédios; Felisberta, de Natividade, que une fé e ciência das raízes para sustentar o que se busca; e Baiana Kalim, de Palmas, pioneira em sua missão de benefício e cura, buscamos não apenas preservar suas memórias, mas também celebrar a importância de suas práticas para a identidade cultural e o bem-estar das comunidades.

As raizeiras, reconhecidas em seus territórios como verdadeiras curadoras, dominam ofícios que vão desde a colheita de plantas medicinais até a preparação de ungüentos, chás e argilas terapêuticas. Suas receitas especiais, transmitidas oralmente de geração em geração, são um legado que este livro busca registrar e compartilhar, como um convite ao leitor para conhecer e valorizar essas práticas ancestrais.

-Doutora (Noemi Ribeiro):

Raizeira e profeta da chuva, dona Doutora é uma personalidade icônica do Povoado do Mumbuca, comunidade quilombola localizada em Mateiros, na região do Jalapão. Para superar as adversidades, a natureza e os saberes tradicionais foram os principais aliados. Saberes repassados desde a sua bisavó, até chegar na sua mãe, Dona Miúda, fizeram com que a Doutora fizesse o seu primeiro atendimento aos nove anos de idade. Com base no saber que tinha e por inspiração divina, a Doutora restabeleceu a saúde do seu pai com alfavaca.

“Então, esse apelido por Doutora desde que eu tinha nove anos de idade. Eu não tinha outra opção, mas Deus teve misericórdia. Meu pai adoeceu de olho, e eu cuidei do meu pai, pela experiência que Deus me deu na minha mente. Deus ativou a minha mente para eu fazer uma opção divina. Deus me ungiu para cuidar do meu pai, eu peguei uma planta que se chama alfavaca para lavar o olho do meu pai. E essa planta valeu o chá da planta alfavaca, não da planta. Eu fiz o chá com muita certeza, de que meu pai ia ser curado. Lavei o olho dele, com muita fé. No outro dia que eu fui lá visitar meu pai no quarto ele não estava lá, meu pai já estava de boa, lá na varanda, com o olho curado. Bem bonito o olho, normal. E me abraçou com muita felicidade, alegria, porque ele estava curado através desse chá. E Deus fez essa missão tão divina. Então, meu nome é doutora por essa opção. Então continua sendo doutora porue eu continuo fazendo essa opção de trabalhar com a fé e o chá”

Dotora é uma mulher de fé e missão. Sua vida é dedicada a ajudar aqueles que a procuram, seja para tratar doenças físicas, espirituais ou emocionais. Sua casa, no quilombo Mumbubca, no Jalapão, tornou-se um ponto de referência para moradores locais e visitantes que buscam seus cuidados. Ela não apenas cura, mas também ensina, transmitindo seus conhecimentos para as novas gerações e garantindo que os saberes tradicionais não se percam com o tempo.Além de sua atuação como raizeira e benzedeira, Dotora é uma defensora da natureza. Ela entende que a cura das pessoas está intrinsecamente ligada à saúde do meio ambiente e, por isso, é uma aguerrida defensora do Cerrado, sempre com respeito e gratidão à terra que a nutre.




Reportar




Uso de Cookies
Con el fin de proporcionar una mejor experiencia de usuario, recopilamos y utilizamos cookies. Si continúa navegando por nuestro sitio web, acepta la recopilación y el uso de cookies.