Lord Whitaker entrou em sua casa em Mayfair depois de deixar Lilian na residência de Lady Penelope. Eu servi com uma reverência discreta, acostumado ao silêncio pesado que sempre me acompanhava. O mordomo se aproximou, mas Whitaker me levantou, desafiando qualquer explicação.
"Agora não é mais. Engoli um pouco de vinho e fiquei sozinho na minha mesa."
Ele continuou pelo corredor, virou à esquerda e abriu a porta de sua mesa. O quarto estava escuro, silencioso, com muito barulho e muita fumaça. Ele deixou suas roupas na mesa, amarrou seu paletó e sentou-se.
Um criado aproximou-se discretamente para atendê-lo e saiu.
Quando você colocá-lo novamente, cole uma folha de papel carimbado e não será possível tingi-lo. Sua mão se movia com fluidez elegante, o conteúdo da carta se formava com uma clareza que só a premeditação permitia.
Senhores,
As negociações em Londres estão progredindo conforme o planejado. O óleo do Duque é garantido pela jovem Lady Lilian, que está morrendo e em breve será minha esposa. Além disso, a influência política será fortalecida e as remessas poderão aumentar sem impedimentos.
Recomendo que você prepare seus navios para as próximas semanas. O controle dos danos será total.
Nada deve falhar.
- ENTÃO
Ele selou a carta com cera preta e seu brasão pessoal: um falcão voando sobre uma adaga. Então ele se levantou com sua taça de vinho, foi amarrado à Janela e, abrindo ligeiramente as cortinas, observou com desdém o movimento da rua.
"Uma fachada perfeita", ele murmurou. "Atrás dela, tudo se move como eu quero."
Era um gol lento, como se fosse feito ao ar livre.
"Londres tem seus encantos", continuou ele, com um cheiro frio. "Mais poder... o poder é o verdadeiro prazer."
Ele se virou para o quarto e tocou no acampamento que era seu servo pessoal.
"Esta carta", disse ele, entregando o envelope lacrado, "é urgente. Precisa ser entregue a mim. E certifique-se de que ninguém saiba que veio desta casa."
O servo curva-se silenciosamente e desaparece, de forma eficiente e discreta.
Mais uma vez, Whitaker descansou em sua corrente, enquanto seus olhos se fechavam e seus dedos pulavam como lascas de vidro.
Ele ainda não havia conseguido superar o insulto do último nome real: mais um homem sem linhagem, promovido com honras que deveriam ser suas. Sempre foi assim. Coroa recompensava idiotas eloquentes, comerciantes ricos ou filhos ilegítimos com pretensões morais.
Como Gabriel Sinclair, um corsário.
E ele, Sebastian Whitaker, ou herdeiro legítimo, permanece à margem. Nenhum título adicional. Sem favores. Mal se ouvia o silêncio do tribunal e os narizes desconfiados dos corredores.
Esse título, esse favor, não era apenas uma busca de orgulho ferido. Era um tabu de salvação. Ou dinheiro que estava escapando. Ou investimento que nunca chegou. Uma oportunidade que permitiria liquidar antigas divisões, apaziguar seus fiéis e renascer em Londres sem o peso sufocante do fracasso iminente.
Isso não seria decepcionante. E ele não seria perdoado.
"Depois do casamento... até o rei vai ter que me lubrificar. E todos os outros... vão ter que se curvar."