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Lilian respirou fundo, mas o ar parecia estar preso em sua garganta. O mundo ao seu redor permanecia o mesmo, o vento soprava suavemente, os estábulos estavam silenciosos, mas por dentro tudo estava se misturando. O homem à sua frente tinha os olhos de Gabriel, mas todo o resto lhe parecia estranho. O tempo parecia distorcido, os contornos do momento borrados pela escuridão. “Gabriel.” O nome foi formado em sua mente antes que seus lábios o pronunciassem.
“Gabriel?” O nome escapou de seus lábios. Ele não disse isso desde aquela noite. A última vez que ela o viu, seu mundo estava desmoronando. Ela foi capturada pelo eco de dois passos pressionados no cascalho esmagado, pelo vento frio que queimava suas bochechas enquanto ela corria atrás da carruagem que a levava. “Gabriel!”
Suas mãos, então pequenas e frágeis, agarravam-se às barras de madeira do portão, seus dedos cravando-se na textura áspera, como se ela quisesse impedir que tudo mudasse. "Sem chance!"
Mas a carruagem nunca parou. A figura de Gabriel desapareceu no interior escuro, e o som de cada um deles sendo preso foi a única resposta que ele obteve.
Lilian Piscou, retornando ao presente. O homem à sua frente não era o mesmo que havia partido.
A voz dela chegou até ele como um tiro de canhão. "Quantas vezes ela imaginou aquele momento? Quantas vezes ela acreditou que estaria pronta?" Mas o nome dela, em seus lábios, desarmou. Ele deu um passo à frente, falando em voz mais baixa do que pretendia.
“Liliana.”
Ela não conseguia parar de sorrir brevemente, mas seus olhos revelavam a confusão em seu coração.
"Você está bem…?" Sua voz estava mais suave do que ele pretendia. “Onde você esteve todo esse tempo?” Ele perguntou, usando um tom áspero para esconder o quanto seu coração estava acelerado. Ele hesitou antes de continuar. “Você sabia que seu país… perecerá?”
Gabriel respirou fundo, mas o ar estava pesado em seu peito.
“Eu sabia, sim.” A voz era neutra, mas a sombra que cruzava seus olhos traçava a verdade: algumas dores nunca desaparecem completamente. “A vida me levou por outros caminhos.”
Lilian observou, incapaz de esconder sua surpresa. Foi diferente. Mais alto, mais forte, seu rosto marcado por sombras que antes não estavam ali. O mais desconcertante era como aqueles olhos, que antes lhe eram tão familiares, agora pareciam pertencer a outro homem.
Gabriel também era observador, capturando cada detalhe. A garota que ele conhecia havia desaparecido completamente, substituída por uma mulher de porte elegante e olhos penetrantes. Mas não foi apenas uma mudança externa que o afetou, foi a distância que agora existia entre eles, como se um oceano invisível e intransponível tivesse se formado ali. E, contra sua vontade, ela sentiu a necessidade de perceber o que agora lhe parecia inacessível.
Ela cruzou os braços.
“Você tem que entrar na mansão para ver Clara. Agora você está de volta.”
Gabriel ficou em silêncio por um momento. Por fim, ele assentiu, seus olhos escurecendo com algo que Lilian não conseguiu decifrar.
"Sim."
Lilian não tem intenção de desviar o olhar ou desviar o olhar.
“Ela sentia falta dele, sabia? E de mim também.” A confissão foi dita em tom casual, mas havia um peso subjacente nas palavras. Seus profundos olhos verdes estavam fixos nela enquanto ele tentava decifrar o que ela estava escondendo.
Gabriel hesitou. Eu sabia que não deveria criar muitas esperanças. Mas ouvir aquelas palavras da boca de um homem fez algo dentro dele estremecer.
“Eu sei. Vou passar por lá.”
Lilian inclinou a cabeça levemente, como se estivesse avaliando a resposta dele. Então ele colocou a mão na cabeça, como se estivesse pensando em algo.
“Eu sei. Vou dar uma festa para celebrar seu retorno”, ele disse com um sorriso calculado, mas seus olhos revelaram algo mais, um sutil desafio.
Gabriel levantou uma boquinha perturbada, sua perplexidade era visível em sua expressão.
“Eu agradeço, Lilian, mas não acho necessário.”
"Você está errado", ela insistiu, sua voz soando profunda e em desacordo com o brilho malicioso em seus olhos. "Será um jantar formal, observando todas as convenções. Fique calmo, Gabriel, todos estarão à altura da ocasião. Até mais tarde."
Ele moveu a língua sobre os dentes, tentando dizer adeus.
“Não sei se esse tipo de evento combina comigo.”
Lilian abaixou ligeiramente a cabeça.
“Comer não será mais difícil do que o que está mantendo você vivo por tanto tempo, Gabriel. Comer não deveria assustá-lo tanto.”
Ele lançou-lhe um olhar que ela não conseguiu interpretar.
“A questão não é comer, Lilian.”
Ela abriu a boca para responder, mas hesitou. A conversa não avançou mais. Ele deu um passo para trás, com os olhos voltados para ele, como se estivesse tentando encontrar uma maneira de escapar da estranha tensão entre eles.
“Eu te aviso um dia ou hora depois.”
Ela se preparou para montar, mas no último momento virou a cabeça na direção dele. Seus olhares se encontraram por um breve segundo, tempo suficiente para que o silêncio entre eles ganhasse um peso impossível de ignorar.
“Tome cuidado”, ele murmurou. O sorriso em seus lábios era quase imperceptível, mas continha algo mais profundo, uma dúvida, um resquício do passado que ele nunca soube que queria recuperar... ou deixar para trás.
Gabriel a observou cavalgar, seu vestido balançando levemente com o movimento. Ela se tornou uma mulher impressionante. E isso só tornou as coisas ainda mais complicadas. Com um suspiro pesado, ele também se levantou e foi para casa.
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