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Clara atravessou os portões da Mansão Cavendish com passos rápidos e cuidadosos, com os olhos alertas para se certificar de que ninguém a estava observando. Seu coração batia forte, não só pela longa caminhada, mas também pelo medo de ser descoberta. Ele já estava no corredor, indo em direção às escadas que levavam ao seu quarto, quando uma voz quebrou o silêncio.
"Clara?"
Ele ficou parado, virando-se lentamente. Claremont ficou ali, braços cruzados e olhos desconfiados.
"De onde você vem a essa hora? Não é comum que empregadas saiam da propriedade tão tarde sem aviso."
Clara sentiu o sangue gelar, mas antes que pudesse gaguejar uma resposta, uma voz ecoou:
"Claremont!"
Lilian se aproximou, seu vestido de seda esvoaçando ao seu redor. O olhar altivo que ele lançou à secretária fez com que ele se endireitasse imediatamente.
"Mandei Clara até a aldeia para procurar um item específico para mim", disse Lilian confiante. "Se houver algum problema com isso, posso falar diretamente com meu pai."
Claremont hesitou, visivelmente irritado, mas não ousou contradizer Lilian.
"Claro que não, Lady Lilian. Eu estava apenas curioso."
Ele fez uma leve reverência e foi embora, mas não sem antes dar uma última olhada para Clara.
Lilian esperou até que ele desaparecesse no corredor antes de se virar para Clara.
"Siga-me", ele disse, seu tom agora mais suave, mas ainda autoritário.
Lilian fechou a porta da pequena sala de estar atrás deles e acendeu uma lamparina a óleo para iluminar o espaço. Ele se virou para Clara, cruzando os braços.
"Você vai me explicar o que aconteceu? Por que você estava fora a essa hora?"
Clara evitou o olhar de Lilian, seus dedos torcendo o avental. Eu não podia lhe contar a verdade, não queria machucá-la com a crueldade do Duque.
"Fui procurar um... um remédio na aldeia", ele disse finalmente, tentando soar convincente. "Achei que você poderia precisar, e já tinha sumido, mas não queria te incomodar com detalhes."
Lilian inclinou a cabeça ligeiramente, estudando-a. Por um momento, pareceu que ele ia insistir, mas finalmente suspirou.
"Ok. Mas da próxima vez, me avise antes de ir embora. Não quero que você tenha problemas com meu pai ou Claremont."
Clara assentiu rapidamente, aliviada.
"Obrigada, Lilian."
Lilian estava sentada no sofá, com os olhos fixos na chama da lâmpada.
"Os preparativos para o jantar começam amanhã", ela disse distraidamente. "Certifique-se de que tudo esteja em ordem com a equipe. Quero que seja perfeito."
Clara fez uma leve reverência.
"Tudo bem, Lilian. Eu cuido de tudo."
Pouco depois, Lilian se levantou, com movimentos evidentes de cansaço.
"Vou embora. Venha comigo e me ajude a me trocar."
Clara a seguiu silenciosamente até o último andar. No quarto, ele a ajudou a tirar o vestido e a vestir uma camisola simples, cujo tecido macio contrastava com a elegância que ela exibia durante o dia.
Enquanto ajustava os laços das mangas, Lilian perguntou com voz hesitante:
"Clara..." ele começou, evitando o olhar dela com seus olhos verdes. "Você... viu Gabriel?"
A pergunta pairou no ar, surpreendendo Clara. Ele hesitou por um momento, mas se recuperou rapidamente.
"Não, Lilian. Ainda não vi."
Lilian assentiu, olhando para as próprias mãos.
"Tudo bem", ela murmurou, quase para si mesma. "Obrigada, Clara. Você pode ir."
Clara abaixou a cabeça, apagou as luzes e saiu do quarto, fechando a porta suavemente atrás de si. No corredor, ele sentiu uma pontada de culpa, mas sabia que estava protegendo Lilian da melhor maneira que podia.
Sozinha no quarto, Lilian deitou-se na cama, o tecido fresco dos lençóis envolvendo seu corpo cansado. O sono veio rápido, mas seus pensamentos não lhe deram descanso. A imagem de Gabriel retornava repetidamente — não o garoto que ela conhecera, mas o homem que ele havia se tornado. Forte, determinado, com um olhar que parecia penetrar nas profundezas da sua alma.
Em seus sonhos, ela se viu de volta ao pátio da Mansão Cavendish, mas não estava sozinha. Gabriel estava lá, olhando para ela com um sorriso malicioso, o tipo de sorriso que fazia seu coração bater mais rápido.
"Lilian", ele a chamou, com a voz baixa e suave.
Quando ela deu um passo em direção a ele, o mundo desapareceu, deixando apenas os dois, envoltos em uma mistura de luz e sombra. No limiar entre o sono e a vigília, Lilian sentiu o calor do toque dele, mesmo sabendo que não era real. E, no entanto, quando ela abriu os olhos, o nome de Gabriel permaneceu suspenso em seus lábios, como um segredo que se recusava a ser esquecido, como um eco de seus próprios desejos.