Strausss187

Desabafo...


 


 

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—A eternidade dos momentos.
 


 

Aquela noite era como um domingo de poucas notícias. Fria e espaçosa para lembranças de dias ruins. 
 


 

Era nostálgica e solitária, era confusa e nada do que se sentisse naquele momento faria sentido. Como um primeiro dia de luto, talvez de suas próprias memórias. 
 


 

Porque apesar de ser Juna a única a ter partido, So-hee era quem continuava morrendo todos os dias.
 


 

—Não sei exatamente como estou me sentindo agora... pois estou uma completa bagunça.—Ela sorriu amargamente ao sentir leves tapinhas contra suas costas, uma tentativa falha de Lyra a consolar—Não existe nada que amenize a minha dor Lyra... não importa quanto tempo passe, nada leva embora esse sofrimento. Confesso que não quero me sentir assim para sempre.—Sua voz monótona não escondia a melancolia de suas palavras—Mesmo parecendo que nunca vou melhorar.
 


 

—Talvez... você esteja esperando alguém vir te salvar, alguém que te tire dessa bagunça e faça você se sentir bem de novo, mas ninguém vai fazer isso por você... a não ser você mesma. E... eu sinto muito que esteja se sentindo dessa forma, desesperançosa. Sinto muito que esteja passando por esse momento difícil. Bom... não posso te salvar, mas ficarei ao seu lado e te ouvirei mesmo que seja só por essa noite.
 


 

So-hee sorriu fracamente se afastando do abraço, tendo em vista apenas o olhar triste de Lyra em sua direção—Acha mesmo que posso me salvar?
 


—Sim!—Lyra respondeu confiante—É o que você deve fazer.

—Mesmo não sabendo como?—Seu olhar confuso fez Lyra sentir uma pontada de ansiedade.

—Vamos encontrar alguma forma, você não deve se cobrar para se curar rápido do que te feriu... tudo são processos. Então seja paciente com você mesma, combinado?

—("Vamos")—Hum—Ela acenou com a cabeça ainda cabisbaixa.

—Devemos ir para casa?—Lyra a questionou gentilmente quebrando o silêncio entre elas.

—Mas você já está...—So-hee apontou para o apartamento tenebroso a sua direita.

—Oh... eu não moro aqui—Lyra sorriu brevemente—Na verdade, ninguém mora. Só disse aquilo porque não sabia o que fazer. Não quis te assustar, mas eu também estava com medo, não fique brava comigo, ok?

—Você é bem estranha—So-hee olhou para o céu suspirando levemente—mas isso é algo que eu também faria.
 


 

As duas deram início a uma caminhada, onde tudo o que tinham era o silêncio e uma a outra, assim podiam ouvir atentamente o movimento de cada passo.
 


O chão completamente branco, coberto pela neve e a forma que cada casa parecia aconchegante só as deixavam ainda mais desamparadas.

As ruas vazias e a brisa fria que as incomodavam só tornava a noite mais solitária. 

—É possível sorrir em noites de inverno?—So-hee perguntou casualmente.
 


 

—Você não costuma sorrir em noites como essa?
 


 

—Houve um tempo que sim... eu acho. Não tenho certeza se realmente aconteceu, ou se foi algum sonho... já que faz algum tempo—(A quase mil anos...)
 


 

...
 


 

—So-hee, vamos fazer bonecos de neve?—Uma voz suave a fez abrir os olhos.
 


 

—Deixe ao menos amanhecer Sunyoun—Um pequeno sorriso surgiu em seu rosto ao sentir a mais nova deitando ao seu lado.
 


 

—Só mais cinco minutos So-hee...—A garotinha sussurrou se aconchegando aos lençóis sonolenta.
 


 

—Hum... Apenas cinco minutos Soso!
 


...

—Me pergunto o que te machucou dessa forma, ao ponto de te fazer esquecer.
 


 

—Acho que o peso da eternidade dos momentos—Apesar de falar sem pressa, ela não parecia ter pensado muito no que responder. Seu olhar distante provava que a dor a levava para longe, para um ponto específico que ela não pôde deixar para trás, isso era tudo o que Lyra podia enxergar na expressão fechada de So-hee—Não sou boa em armazenar bons momentos, então prefiro esquecê los—Após um pausa ela continuou—Sabe... recentemente percebi que não sou boa em muitas coisas.
 


 

—Que coisas são essas?
 


 

—Não sou boa em demonstrar o que sinto, mesmo que não seja algo bom[...]
 


 

...
 


 

—Que expressão é essa? Querida... você pelo menos sabe como chorar?
 


 

...
 


 

[...] não sei como fazer isso sem sentir que estou atuando.
 


 

...
 


 

—Não finja estar triste So-hee... isso me dá arrepios, você não tem direito nem mesmo em ficar de luto, afinal... a culpada pela morte dela foi você! Então não ouse chorar, você não tem esse direito. 
...
 


 

[...]Tudo em mim parece irreal, então vivo me questionando se estou realmente feliz ou triste. Se meus sorrisos e lágrimas são genuínos ou se são apenas os efeitos dos meus remédios... ou a falta deles.
As vezes assisto as entrevistas que participei e costumo me questionar "Essa é a minha expressão... esse é o meu olhar, essa é a minha voz, mas o que eu estava sentindo?" Sinceramente... nunca faço ideia.
 


 

—Como você se enxerga?—Lyra a olhou brevemente tendo em vista apenas sua expressão neutra.
 


 

—Cruel, mas ao mesmo tempo completamente vazia—Não havia expressões em seu rosto, nem mesmo qualquer sentimento em sua voz—Costumo vestir essa casca de arrogância e autoconfiança que não são minhas, para que os outros não possam ver através de mim... não quero que saibam o quão rasa estou agora. Não quero que pensem que podem tomar qualquer coisa de mim... por que eu sei que mesmo se tomarem, continuarei sem saber pelo que lutar. E isso me tornará de alguma forma miserável não só aos meus olhos... apesar de tudo, sou orgulhosa. Sinceramente, não importa como eu me veja... sinto que preciso mudar, pois essa ainda não sou eu.
 



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En el texto hay: romace, diosa, amiga

Editado: 17.02.2022

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