O filho da Guerra

Capitulo 5: bem-vindos ao exército

Antoni, após o treino, ainda ofegante e suado, os levou até a sala principal. As luzes da tarde iluminavam suavemente o ambiente, criando uma atmosfera de tranquilidade, mas ele tinha algo sério para discutir. Sentaram-se à mesa, com Latipha observando à distância, em silêncio.

— "Vocês não precisam dessas lutas clandestinas," Antoni começou, a voz grave, carregada de preocupação. Ele sabia que, apesar das suas boas intenções, os garotos estavam se colocando em risco. "Com o talento que vocês têm, poderiam ser muito maiores do que lutadores de arenas escondidas."

Os três jovens, atentos, o encaravam. Gaikos, sempre descontraído, mexia nos dedos enquanto ouvia. Kaela mantinha a postura reservada, como se já soubesse o que viria. Tharokk, de braços cruzados, ouvia em silêncio, mas com um brilho curioso nos olhos.

— "O exército de Termite," Antoni continuou, "é uma força que move o reino. Com suas habilidades, vocês podem escalar as patentes e conquistar muito mais do que vitórias em lutas escuras e sujas. Respeito, títulos, uma vida digna. Vocês têm o que é necessário para se tornarem líderes, não apenas combatentes."

Ele olhou para Tharokk, o gigante orc, e apontou:

— "Você, Tharokk, com sua força inigualável, poderia ser um General, comandando exércitos e protegendo nossas fronteiras. Já pensou no que significa liderar milhares de homens, todos sob o seu comando? A diferença que você pode fazer?"

Tharokk inclinou a cabeça, refletindo sobre as palavras de Antoni. Ele nunca tinha pensado em si mesmo como líder de homens, mas a ideia de proteger algo maior o intrigava.

— "Kaela," Antoni voltou-se para ela, "você, com sua destreza, poderia se destacar como uma Sombra do Vento, uma especialista em infiltração e espionagem. O reino precisa de olhos atentos e ágeis, como os seus, para manter a segurança."

Kaela, no entanto, apenas balançou a cabeça, recusando a oferta. Preferia observar, ajudar nas sombras, e o exército nunca lhe pareceu atraente.

Finalmente, Antoni olhou para Gaikos, o jovem cheio de energia e habilidade.

— "E você, Gaikos," Antoni sorriu, "com sua precisão e velocidade, poderia ser um Espadachim Supremo. Seu talento para atingir pontos letais em uma fração de segundos é algo que poucos no reino têm. Imagine ser o mais respeitado espadachim de Termite."

Gaikos riu, levando as mãos atrás da cabeça, divertido com a perspectiva.

— "São cerca de 22 toques em um minuto e meio de treino," Antoni comentou, lembrando dos movimentos ágeis de Gaikos. "Em uma luta real, eu teria morrido várias vezes."

Gaikos sorriu, mas o respeito que tinha por Antoni ficou claro em seu olhar. Ele sabia que, mesmo com todo o seu talento, Antoni tinha sido uma inspiração e ainda era seu mentor.

Antoni prosseguiu, explicando como o exército funcionava. Descreveu cada patente, desde o Recruta até o Comandante Supremo, mostrando que o talento dos garotos poderia levá-los a posições de grande responsabilidade e prestígio. Ele falou sobre os títulos que poderiam ganhar: Espadachim Supremo, Cavaleiro Invencível, Mestre Arqueiro, entre outros. Antoni pintava um futuro em que eles seriam respeitados por suas habilidades, lutando por uma causa maior do que eles mesmos.

— "No exército, vocês podem se tornar algo muito maior. Com dedicação, vocês poderiam escalar até as posições mais altas. E quem sabe... um dia, um de vocês poderá até ser reconhecido como Grão-Mestre da Ordem ou até mesmo ganhar o respeito de um Duque de Guerra."

Os jovens ouviam com atenção. Antoni sabia que eles precisavam de uma direção, algo maior do que a adrenalina das lutas clandestinas. E, apesar de terem se divertido com o treino, ele esperava que suas palavras plantassem uma semente de ambição neles, um desejo de conquistar algo além do que o submundo oferecia.

Latipha, que havia observado tudo de perto, aproximou-se silenciosamente, tocando o ombro de Antoni. Ela sabia o quão difícil era tentar afastá-los desse caminho. Após a conversa sobre o futuro no exército, Antoni olhou para os jovens à sua frente e pensou em tudo que eles já haviam passado juntos. O ouro que os garotos ganhavam nas lutas clandestinas sempre acabava sendo usado para suprir as necessidades de todos. **Antoni** e **Latipha** nem sempre conseguiam o suficiente para manter a casa abastecida, e era graças às contribuições dos três que eles tinham provisões suficientes para meses. Mesmo que as lutas fossem perigosas, os garotos faziam o que podiam para ajudar a família.

Enquanto pensava nisso, Antoni se levantou e falou com voz firme:

— "Gaikos, Tharokk, quero que treinem um contra o outro."

Os dois se levantaram e se dirigiram ao pátio, prontos para o desafio. **Kaela**, como sempre, preferiu apenas observar à distância, cruzando os braços enquanto acompanhava o desenrolar da luta.

O treino começou. **Tharokk**, com sua força bruta, avançava pesado, mas apesar de sua grande habilidade e velocidade, ele simplesmente não conseguia acertar **Gaikos**. O jovem ágil esquivava-se com maestria de todos os ataques, movendo-se como uma sombra, rindo e se divertindo com a luta.

Mas enquanto **Gaikos** se esquivava de Tharokk, também enfrentava seu próprio desafio. Cada vez que conseguia acertar um golpe, ele sentia como se estivesse batendo contra aço puro. O corpo robusto e resistente de Tharokk era como uma parede impenetrável. A cada golpe, os punhos de Gaikos encontravam uma barreira intransponível, e o impacto reverberava por todo seu corpo.

— "É como bater em pedra!" Gaikos disse, sorrindo apesar da dor que começava a se espalhar por suas mãos.

Tharokk, percebendo os pequenos cortes e feridas que se formavam nas mãos de Gaikos, começou a hesitar. Ele via que, apesar de sua força, não estava causando dano ao "irmão", mas também não gostava de ver Gaikos se machucando dessa forma.

— "Vamos parar por aqui," disse Tharokk, baixando os punhos. "Você está se machucando, Gaikos."



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En el texto hay: violencia, agrecion, violacion de derechos

Editado: 29.09.2024

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