O filho da Guerra

Capítulo 7: A plebe se destaca

**Gaikos**, **Kaela** e **Tharokk** sabiam que eram os alunos mais destacados entre os plebeus. Mas ainda havia outros recrutas promissores como **Marcos**, **Estrigia** e **Klaivert**, que tinham grande potencial, apesar das limitações impostas a eles. O trio compreendia a grande desigualdade entre as classes: enquanto os nobres recebiam um treinamento sofisticado e completo, os plebeus eram treinados apenas nas noções básicas de esgrima e estratégias de grupo.

O treinamento dos plebeus parecia estar limitado a exercícios físicos intensos, com foco em resistência e força bruta, sem dar muita atenção ao desenvolvimento de habilidades técnicas ou à preparação para duelos diretos. Para **Gaikos**, isso parecia mais uma maneira de garantir que os nobres continuassem à frente, controlando o sistema para manter seu domínio. Ele sabia que, nas condições atuais, a maioria dos plebeus dificilmente teria alguma chance real contra os nobres no torneio.

Então, **Gaikos**, **Kaela** e **Tharokk** tiveram uma ideia: **e se eles ensinassem os outros plebeus a lutar da forma como eles mesmos lutavam nas ruas e nas lutas clandestinas?** Sabiam que precisavam de mais do que apenas músculos para vencer; era preciso aprimorar não apenas o corpo, mas também a mente. Eles decidiram compartilhar com seus colegas o conhecimento que adquiriram em anos de luta por sobrevivência, focando em percepção, estratégia e a arte de ler os movimentos dos oponentes.

Os três se aproximaram de **Marcos**, **Estrigia** e **Klaivert**, e propuseram um treinamento diferente. **Gaikos** explicou:

"Não podemos confiar só em força bruta ou nas táticas que nos ensinaram aqui. Se queremos vencer, temos que pensar como caçadores, lutar como se fosse nossa última chance. Nós vamos ensinar vocês a ver além dos golpes óbvios, a sentir o ritmo da luta e a atacar com precisão."

**Kaela** complementou:

"Vocês precisam desenvolver seus instintos, não apenas para atacar, mas também para se defender e contra-atacar. Cada movimento conta, e cada detalhe pode ser a diferença entre vitória e derrota."

**Tharokk**, sempre o mais direto, acrescentou com seu tom grave:

"E lembrem-se, não temos o luxo de falhar. Se queremos mudar as coisas, temos que lutar como nunca antes."

Com a motivação do trio, **Marcos**, **Estrigia** e **Klaivert** aceitaram o desafio, e logo, outros plebeus também começaram a se juntar ao treinamento alternativo. Eles praticavam em segredo, longe dos olhos dos instrutores e dos nobres, focando em movimentos rápidos, precisão e leitura de combate. Passaram a treinar mentalmente, desenvolvendo sua percepção e reação.

O torneio se aproximava, e com ele, a expectativa de que os nobres triunfassem facilmente sobre os plebeus. Mas **Gaikos**, **Kaela**, **Tharokk** e os outros sabiam que estavam prontos para surpreender. Eles não eram mais os mesmos recrutas que haviam chegado ao quartel. Agora, estavam afiados, tanto no corpo quanto na mente, prontos para lutar por algo muito maior do que uma simples competição—**lutariam para quebrar o ciclo de desigualdade** que por tanto tempo os subjugou. Os dias passaram rapidamente e finalmente chegou o dia do aguardado treino em conjunto. Dos mil alunos da academia, cem eram nobres, e para que o treino ocorresse de forma tranquila, seria realizado um sorteio. Havia várias zonas de treinamento, então diversas batalhas aconteceriam simultaneamente. **Gaikos** observava os nobres que se deslocavam ao campo, sempre acompanhados por mordomos, valetes e escravos que satisfaziam suas vontades e carregavam suas coisas. Alguns desses nobres eram filhos de primos do rei, e por isso, tinham status elevado.

Apesar de serem adultos, Gaikos notou que muitos desses nobres tinham corpos magros e sem o preparo físico adequado. Graças ao seu **Espírito da Guerra**, uma habilidade inata que lhe dava uma percepção aguçada para o combate, Gaikos conseguia analisar e medir seus adversários apenas com um olhar. Ele pensava:

_"Será que eles usam magia para fortalecer seus corpos ou técnicas de respiração para manter a resistência? Eles claramente não conseguem lutar por muito tempo, então devem depender de habilidades letais para encerrar rapidamente o combate."_

Sua análise o levava a concluir que, dos cem nobres presentes, apenas dez ou quinze poderiam ser considerados realmente habilidosos, dignos de proporcionar uma boa luta. Quando os treinos começaram, a turma de Gaikos ainda não havia sido chamada. As outras turmas de plebeus foram as primeiras a enfrentar os nobres, e como ele previu, muitas delas foram massacradas com rapidez. Os nobres usavam técnicas avançadas de duelos, finalizando os plebeus antes que pudessem sequer reagir.

Os treinos duraram toda a tarde, até que chegou a vez de **Klaivert**. Ele era conhecido por sua destreza com adagas e por sua velocidade incomparável. Seu adversário era **Hermes Taego**, um nobre filho de um barão. Ao início da luta, Klaivert, que nunca havia presenciado um combate mortal, ficou nervoso. Hermes o pressionava com golpes fortes, e Klaivert recuava, sendo levado pelo medo.

No entanto, após dois golpes, Klaivert percebeu algo que o fez mudar sua postura. Mesmo depois de usar magia para aprimorar sua força física, Hermes ainda era lento comparado a Gaikos, que havia treinado pessoalmente Klaivert. Foi então que Klaivert começou a relaxar, esboçando um sorriso. Ele passou a brincar com o adversário, desviando de seus ataques e se posicionando atrás dele com facilidade. A superioridade de Klaivert em velocidade era clara, e isso irritou profundamente Hermes.

O nobre, furioso e humilhado, começou a insultar Klaivert, chamando-o de "plebeu imundo" e dizendo que seu único papel ali era servir de alvo e fingir uma derrota honrosa. Ao ouvir essas palavras, Klaivert reagiu de forma implacável. Com uma série de golpes rápidos, acertou Hermes três vezes com o cabo de sua adaga: um golpe no peito, outro no pescoço e o último na espinha.



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En el texto hay: violencia, agrecion, violacion de derechos

Editado: 29.09.2024

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