O filho da Guerra

Capitulo 8: que comece o torneio

As batalhas continuavam e a tensão no campo de treinamento só aumentava. Um a um, os nobres iam sendo derrotados, algo completamente inesperado para a maioria, que sempre acreditou em sua superioridade inata. A cada derrota, o clima ficava mais pesado, até que um dos jovens nobres, furioso, não conseguiu mais conter sua indignação. Ele gritava, confuso e humilhado:

— O que está acontecendo? Como eles se tornaram tão fortes?

Foi então que um dos instrutores, um homem experiente e respeitado, se aproximou calmamente. Ele olhou o nobre diretamente nos olhos, sem mostrar qualquer sinal de reverência, e disse com um tom firme, mas não desrespeitoso:

— Não é crime nem ilegal treinar por conta própria. Eles devem ter treinado sozinhos. Se está incomodado, deveria falar com seu pai... e não se esqueça de dizer que foi derrotado por um plebeu.

Aquelas palavras atingiram o jovem nobre como uma lâmina fria. Seu rosto ficou visivelmente vermelho de raiva e vergonha, mas, sendo o instrutor seu superior, ele não ousou responder. Engoliu em seco, com o orgulho ferido, mas ficou em silêncio, tentando processar a humilhação.

Naquele dia, os únicos plebeus que conseguiram derrotar os nobres foram os 50 alunos da Turma C3, a turma de Gaikos. Todos os outros 850 plebeus das demais turmas haviam sido derrotados. Isso não apenas revelava a disparidade entre as classes, mas também a gritante diferença de ensino e preparo. As demais turmas de plebeus, sem acesso aos recursos ou a treinamentos intensivos, caíam facilmente diante dos nobres, que usavam magia e técnicas avançadas. Porém, a Turma C3 era diferente. Eles haviam treinado intensamente, além do que a academia oferecia, com a orientação e liderança de Gaikos e outros, tornando-se uma verdadeira exceção.

A vitória esmagadora da Turma C3 sobre os nobres naquele dia deixou claro que, embora o sistema favorecesse os nascidos no privilégio, a determinação, o esforço e o treinamento árduo podiam romper as barreiras da classe.

Os dias passaram rapidamente, e o tão esperado torneio finalmente foi montado. Dos mil alunos da academia, apenas 32 participantes haviam sido selecionados, divididos de forma igual entre nobres e plebeus: 16 de cada grupo. No entanto, o equilíbrio numérico não refletia a realidade das forças em campo. Todos os nobres escolhidos para o torneio eram, sem dúvida, combatentes habilidosos, e na visão de Gaikos, representavam uma ameaça real.

Gaikos analisava atentamente os oponentes. Ele e seus irmãos, Tharokk e Kaela, estavam confiantes. Com os treinos rigorosos e o nível de habilidade que alcançaram, sabiam que poderiam lidar com os nobres com facilidade. No entanto, Gaikos não podia dizer o mesmo sobre seus colegas de turma. Klaivert, Marcos e Estrigia tinham mostrado habilidades impressionantes, mas os desafios à frente seriam muito maiores.

Enquanto Gaikos ponderava, ele pensava:

"Nós três não teremos problemas... mas e eles? Podem não passar das oitavas de final ou, com sorte, das quartas de final..."

Os nobres escolhidos para o torneio eram, sem exceção, combatentes treinados desde a infância, com acesso a recursos e magias que a maioria dos plebeus sequer sonhava em utilizar. Suas técnicas eram refinadas e seus corpos, aprimorados por encantamentos, embora alguns tivessem a fragilidade física que Gaikos notara antes.

O torneio prometia ser um verdadeiro teste de força e estratégia. Para os plebeus, seria uma oportunidade rara de provar seu valor. Para os nobres, era uma chance de reafirmar a hierarquia que acreditavam ser natural. Gaikos sabia que, além de força e habilidade, o torneio testaria a coragem e a capacidade de adaptação de todos.

A arena estava pronta. Os nomes haviam sido sorteados, e as batalhas seriam realizadas em rounds eliminatórios. Agora, tudo o que restava era ver como cada um enfrentaria seu destino. No centro do coliseu uma linda mulher aparecia "Eu sou Rebeca, a grande anfitriã deste glorioso torneio!"

A voz de Rebeca ecoava pelo coliseu, ressoando nas arquibancadas lotadas, onde nobres e plebeus aguardavam ansiosos o início da competição. O palco estava montado para um dos eventos mais esperados do reino, uma celebração de força, coragem e habilidade.

Ela se posicionou no centro da arena, com postura ereta e um sorriso confiante, olhando diretamente para a tribuna real, onde se encontrava o soberano do reino.

"Sejam todos muito bem-vindos! Hoje, nos reunimos neste imponente coliseu para testemunhar o espírito guerreiro de nossos bravos combatentes! Este torneio não é apenas uma prova de força e habilidade, mas também uma homenagem à grandiosidade do nosso reino e à honra que todos aqui compartilham!"

Rebeca fez uma pausa, enchendo o peito de orgulho antes de continuar. "Antes de qualquer coisa, gostaria de expressar nossa mais profunda gratidão à Coroa, que possibilitou este evento. Sua Majestade, o Rei Artur Nedemor, cuja sabedoria e liderança nos conduzem com justiça e retidão, é o verdadeiro patrono desta gloriosa competição. Majestade, somos eternamente gratos por sua visão e apoio incansável ao nosso povo!"

O público aplaudiu com fervor, e todos os olhos se voltaram para o Rei Artur, sentado com dignidade na tribuna, acompanhado de sua corte e das famílias mais influentes do reino. O rei acenou com um gesto discreto, transmitindo sua aprovação ao evento e aos presentes.

"Hoje, também honramos as grandes famílias nobres, cuja presença aqui reforça a tradição e o prestígio de nosso reino. Agradecemos à Casa Barovi, à Casa Taego, e à Casa Vicemir, entre tantas outras, por enviarem seus valorosos representantes. Suas linhagens são a base sobre a qual nossa sociedade se ergue, e é uma honra tê-los aqui!"

Mais uma onda de aplausos se espalhou pelo coliseu, enquanto os nobres nas tribunas exibiam expressões orgulhosas, cientes de seu papel e prestígio.

Rebeca então voltou seu olhar para a multidão, onde os plebeus aguardavam com expectativa. "Mas, não devemos esquecer os plebeus valorosos que, com muito esforço e dedicação, provaram que são dignos de estar aqui, lado a lado com os mais nobres guerreiros. Vocês, que vieram de todas as partes do reino, mostram que a força e a coragem não conhecem classes ou títulos. Hoje, vocês têm a chance de demonstrar o valor que corre em suas veias!"



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En el texto hay: violencia, agrecion, violacion de derechos

Editado: 29.09.2024

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