Gaikos precisava de descanso, não só para seu corpo, mas também para sua alma. O **Espírito da Guerra** era uma fonte de energia quase infinita, mas seu corpo ainda era um recipiente pequeno demais para contê-lo por completo, pelo menos por enquanto. Cada vez que ele ativava aquela força, sentia que estava jogando com a própria vida, como se parte de sua vitalidade fosse drenada. Agora, ele sabia que precisava dominar essa força, pois se o fizesse, seria quase imbatível.
Enquanto Gaikos se preparava para enfrentar seus próprios limites e treinar sua alma, Gaios tinha outra tarefa em mente. Ele decidiu visitar o presídio onde Klaiaf, o dragonoide capturado, estava aprisionado. O tempo era perfeito para tentar arrancar respostas. Afinal, a motivação daquele ataque não estava completamente clara.
No presídio, o ambiente era sombrio e úmido, com o som distante de correntes ecoando pelos corredores. Gaios encontrou a cela de Klaiaf, o dragonoide que uma vez havia sido seu rival na juventude.
"Então, por que estava atrás de Gaikos?" perguntou Gaios, com a voz firme e determinada.
O dragonoide, cujo nome havia finalmente sido revelado como **Klaiaf**, olhou para ele com um sorriso que misturava cinismo e resignação. "Você escondeu uma criança com o **Espírito da Guerra**. Isso é inacreditável. E então, ele já te superou?"
Gaios deu um suspiro pesado antes de responder. "Hah... Nós éramos rivais na juventude, lembra, Klaiaf? Você foi encarregado de encontrar a criança e matar o traidor, que no caso sou eu."
Klaiaf riu, um som gutural que ecoou pelas paredes de pedra. "O Orc... o grandão, o Tharokk. Ele tem o **Espírito da Terra**. Eu vi o poder dele. Pulou de quatro para seis estrelas ao ver o irmão caído. O garoto é seu filho, você sempre soube do potencial dele, não é?"
Gaios assentiu, um brilho de orgulho silencioso em seus olhos. "Claro, é meu filho."
Klaiaf riu novamente, uma gargalhada que parecia estar cheia de uma mistura de sarcasmo e respeito. "Hahaha... Os **Corvos Negros** — é assim que eles se chamam, sabe? Estão atrás do garoto, Gaikos. Eles não vão parar até colocarem as mãos nele. O sangue dele pode ser usado para potencializar magias, e até mesmo forjar armas imensamente poderosas. O corpo e o espírito daquele garoto valem muito. Me prometeram duas mil peças de ouro para trazê-lo e mais duas mil se eu matasse seu filho. Não é nada pessoal, amigo, são apenas negócios. Hahaha..."
Gaios o olhou, uma mistura de pena e decepção estampada em seu rosto. "Você tinha potencial para se tornar algo muito maior, sabia disso?"
Klaiaf deu de ombros, o sorriso desaparecendo, mas os olhos ainda cheios de ironia. "Bem, estamos no mesmo nível depois de tanto tempo. Não acho que me saí tão mal assim."
Ele se inclinou para a frente, acorrentado, mas ainda com o mesmo ar desafiador. "Agora vá... proteja seu filho e aquele garoto. E diga a Tharokk para pegar mais leve da próxima vez. Hahaha..."
Gaios saiu da cela sem olhar para trás, o coração pesado com as revelações. Sabia que a ameaça estava longe de terminar, e que os **Corvos Negros** estavam à espreita, esperando sua oportunidade de capturar Gaikos. Ele também sabia que o destino de seu filho e de Gaikos estavam entrelaçados, e que ambos teriam de enfrentar desafios muito maiores do que qualquer um poderia prever.
Com essas preocupações em mente, ele se preparou para enfrentar o que estava por vir, sabendo que os verdadeiros inimigos ainda estavam à espreita, movendo suas peças no jogo perigoso que estava prestes a começar. O General Leonino e os Prodigiosos Filhos de Celeste
No quartel de Termite, a luz do sol refletia no campo de treinamento enquanto os guerreiros praticavam suas técnicas. Em meio à movimentação, as portas pesadas se abriram para revelar Hagorononin, um imponente general leonino de 1,95m, com o corpo coberto por cicatrizes de batalhas passadas e ares de autoridade. Com sua postura imponente e olhar firme, ele irradiava o poder de um guerreiro de 6 estrelas. Ao entrar, ele trazia consigo uma aura de confiança e força, e seus passos reverberavam pelo chão como trovões distantes.
Com um sorriso estampado no rosto, Hagorononin avistou Celeste ao longe, observando seus dois filhos treinando. A mulher, que havia se afastado dos campos de batalha há algum tempo, agora se dedicava ao treinamento de seus filhos. Seus olhos atentos não deixavam passar um único movimento errado dos garotos, que trocavam golpes com uma precisão e velocidade impressionantes.
"Celeste, como está?" Hagorononin perguntou, se aproximando. "Faz tempo que não nos vemos. Voltou à ativa depois de tanto tempo?"
Celeste, sem desviar o olhar de seus filhos, respondeu com um sorriso de canto de boca. "Não exatamente. Estou apenas... treinando meus filhos."
O general leonino soltou uma risada de surpresa e curiosidade. "Seus filhos, hein? E como eles estão?"
Celeste, agora virando-se para Hagorononin, respondeu com uma risada leve. "Bem, o mais velho tem 20 anos agora, e o mais novo 18... e ambos já alcançaram a 5ª estrela."
O queixo de Hagorononin quase caiu ao ouvir aquilo. Seus olhos se arregalaram, e ele precisou de um momento para processar a informação. "O quê? Cinco estrelas? Com 18 e 20 anos? Nós só alcançamos esse nível aos 30, e isso porque já éramos considerados prodígios! O que esses dois são? Gênios?"
Celeste riu, balançando a cabeça. "Eles são mais que isso. São o futuro. Eles carregam um potencial que supera qualquer expectativa, e ainda não chegaram ao limite do que podem alcançar."
Hagorononin ficou em silêncio por um momento, observando os dois jovens no campo de treinamento. Eles se moviam com uma fluidez que lembrava guerreiros veteranos. Cada golpe era preciso, cada movimento era calculado, e a força emanada por ambos parecia muito além de suas idades. O general não conseguia disfarçar o espanto. "Isso... é impressionante. Mas é perigoso também, Celeste. O mundo lá fora não perdoa talentos como esses. Vai querer devorá-los."
Editado: 14.10.2024