Ventos de Paixão - O Preço da Esperança - Vp Livro1

Episodio 3

🌸💖✨ Gostou desta intriga? Clique em seguir. Apoie-me! ✨💖🌸

Lilian permaneceu no lugar por alguns instantes, como se precisasse de se recompor antes de enfrentar o resto da noite. Continuou a observá-la, agora mais disfarçadamente. Damien tinha razão: precisava de se controlar. Notou a forma como os dedos dela apertavam o guardanapo que tinha no colo. Finalmente, ela ergueu-se, aproveitando o momento para se dirigir discretamente a uma das janelas que davam para os jardins iluminados pela lua.

O ar fresco envolveu-a assim que cruzou a porta, proporcionando um alívio imediato à opressão da sala de jantar. Inspirou profundamente, fechando os olhos por um instante. Se ficasse mais um minuto naquela sala, iria sufocar.

Os murmúrios e os risos abafados vindos do interior da casa pareciam distantes, quase irreais. Lilian apoiou as mãos no corrimão da varanda, sentindo a textura fria contra as mãos. O brilho suave da lua refletia-se nas fontes dos jardins bem cuidados, mas os seus pensamentos estavam longe.

— Precisas de um momento a sós? — a voz grave de Gabriel interrompeu o silêncio.

Lilian virou-se rapidamente, surpresa por não o ter ouvido chegar. Encontrou-o a poucos passos de distância, o seu rosto uma máscara de civismo, mas os seus olhos demonstravam preocupação. Isso desarmou-a.

— Apenas precisava de respirar — respondeu ela, mantendo a voz controlada, mas cruzando os braços. — Esta noite tem sido... mais difícil do que imaginei.

Gabriel deu mais um passo na sua direção.

— Imagino que não seja fácil — disse ele, a voz baixa. — Mesmo para alguém como tu.

Ela desviou o olhar para o jardim, os lábios esboçando um sorriso sem alegria.

— Alguém como eu? Alguém que deve fazer o que se espera, independentemente do que isso lhe custe?

Gabriel demorou uns segundos a responder.

— Alguém que tem mais força do que acredita. Talvez seja por isso que a Clara pediu a minha ajuda. Porque sabe que não deves enfrentar isto sozinha.

Lilian manteve o olhar nos jardins. Mas o comentário atingiu-a, lembrando-a do quanto Clara se preocupava. Inspirou profundamente.

— A Clara acredita em muitas coisas — disse ela finalmente. — Talvez mais do que deveria. Mas eu... não sei se acredito que as coisas possam realmente mudar.

Gabriel aproximou-se mais um pouco dela, o olhar sério.

— Às vezes, acreditar é o primeiro passo. Mas ninguém pode fazer isso por ti, Lilian. Só tu podes decidir se vale a pena lutar.

Ela virou-se para encará-lo, os olhos verdes refletindo o brilho da lua. Por um momento, quis perguntar-lhe até onde estaria disposto a ir para a ajudar, mas conteve-se. Em vez disso, forçou um sorriso e murmurou:

— Talvez a Clara tenha razão em confiar tanto em ti.

Gabriel ergueu ligeiramente uma sobrancelha, intrigado pela escolha de palavras, mas não insistiu.

— Talvez — respondeu ele, mantendo o tom baixo. — Mas espero que tu também consigas confiar. — Disse ele, encostando-se ao corrimão, os olhos nos dela. — Lilian, independentemente do que o teu pai ou Whitaker planeiem, há sempre um caminho diferente. Basta teres a coragem de o escolher.

Ela desviou o olhar.

— E se não houver coragem suficiente para enfrentar tudo isso, Gabriel? Às vezes, parece que a escolha é uma ilusão.

Gabriel aproximou-se mais.

— Eu conheço-te melhor do que pensas, Lilian. Tu nunca foste de aceitar imposições sem lutar. E eu quero ajudar-te, mas precisas de confiar em mim.

Lilian hesitou, os lábios comprimidos como se estivesse a ponderar as palavras dele.

— Confiar em ti, Gabriel? Eu mal te conheço. Não sei se isso é tão simples assim.

Ele inclinou ligeiramente a cabeça, um sorriso quase impercetível nos lábios.

— Nem sempre as coisas simples são as mais importantes. Amanhã, ao nascer do sol, vou estar no bosque onde costumávamos brincar. Se quiseres falar, estarei lá à tua espera.

Os olhos dela encontraram os dele por um instante, e por um breve momento, pareceu que o tempo parou. Havia algo na forma como ele falou que despertou memórias antigas, um eco de um passado menos complicado.

— No bosque? — murmurou ela, quase como se falasse consigo mesma.

— No bosque — confirmou Gabriel, o tom firme, mas gentil. — Só tu e eu.

Lilian respirou fundo, os dedos apertando a estrutura de ferro.

— Eu... vou pensar.

Gabriel assentiu, não a pressionando mais.

— É só isso que te peço.

Lilian abriu a boca para responder, mas uma voz grave interrompeu o momento.

— Espero não estar a interromper nada de importante.

Ambos se viraram para encontrar Lord Sebastian Whitaker de pé na entrada da varanda. Os seus olhos, porém, estavam em Gabriel.

Lilian afastou-se calmamente, dando um passo atrás.

— Lord Whitaker — disse ela, com um tom neutro, mas os dedos crispados denunciavam o seu desconforto. — Apenas precisava de um pouco de ar fresco.




Reportar




Uso de Cookies
Con el fin de proporcionar una mejor experiencia de usuario, recopilamos y utilizamos cookies. Si continúa navegando por nuestro sitio web, acepta la recopilación y el uso de cookies.