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Enquanto Lilian se fechava no seu quarto, perdida em pensamentos confusos e emoções conflituosas, Enquanto Lilian se recolhia no quarto, consumida por pensamentos confusos e emoções em conflito, Gabriel também não encontrava descanso. O beijo que tinham trocado voltava-lhe à mente como uma maré incessante — impossível de ignorar.
Quando finalmente alcançou os limites da sua propriedade, avistou a silhueta de um cavaleiro a trote leve pelo terreno. Não precisou de muito tempo para reconhecer Damien, que parecia tão à vontade na sela quanto Gabriel se sentia no convés de um navio.
— Não sabia que te levantavas tão cedo — disse Damien ao aproximar-se. A voz era descontraída, mas o olhar denunciava curiosidade.
Gabriel riu-se levemente, estendendo a mão para acariciar o focinho do cavalo.
— Os hábitos do mar não me abandonam facilmente.
Damien inclinou ligeiramente a cabeça, examinando o rosto do amigo.
— Ou talvez haja outro motivo para te levantares com as galinhas. Algo que te tenha roubado o sono… ou alguém.
Gabriel lançou-lhe um olhar breve, mas não negou.
— Digamos que há assuntos que exigem a minha atenção.
— Assuntos delicados, imagino — comentou Damien, descendo da sela com a naturalidade de quem cavalgava desde sempre. Segurou as rédeas com uma mão, caminhando ao lado de Gabriel sem insistir. Em vez disso, bateu-lhe levemente no ombro.
— Vá… vamos tomar o pequeno-almoço.
Juntos seguiram em direção a casa. Quando lá chegaram, foram recebidos pelo aroma de pão fresco e café acabado de fazer, enquanto se dirigiam à sala de refeições e se sentavam.
Damien cortou uma fatia de pão e lançou um olhar ao amigo.
— Então? Correu como estavas à espera? — perguntou, ao servir-se de café.
Gabriel não respondeu. Pegou apenas no pão, partiu-o em duas metades desiguais, e largou uma.
— E?
— Ela apareceu — disse Gabriel, sem levantar os olhos.
Damien mexeu o café com lentidão.
— E foste imprudente?
— Fui honesto.
— O que, no teu caso, é praticamente a mesma coisa.
Gabriel esboçou um sorriso breve.
— Não me arrependo.
Damien pousou a colher, inclinando-se ligeiramente para a frente.
— E ela?
— Disse que precisava de tempo — respondeu, sem adornos.
Damien anuiu devagar, como quem já esperava.
— O tempo pode ser um aliado... ou não.
— Neste caso, espero que seja a coragem a ganhar forma — murmurou Gabriel.
Silêncio.
— Enfrentaste Whitaker ontem.
— Era inevitável.
— Talvez. Mas ele não está habituado a que lhe mostrem os dentes.
Gabriel ergueu os olhos, elevou a chávena aos lábios. A tensão no maxilar era quase impercetível, mas para Damien, bastava.
— Ele ameaçou. E eu respondi. Por agora, basta.
Damien ergueu os olhos para ele. Não havia ironia na voz desta vez, nem provocação.
— E estarás preparado para isso?
Gabriel demorou a responder. Depois, apenas disse:
— Estou preparado para lutar. Não para desistir.
Damien recostou-se, olhando pela janela. A luz da manhã incidia nas folhas lá fora, dançando levemente com o vento.
— Não sei se és um tolo ou um homem verdadeiramente corajoso, Gabriel.
Gabriel olhou para ele por um longo momento, e passou os dedos pelo cabelo, como se tentasse afastar uma névoa persistente.
— Talvez as duas coisas.
Damien ficou a observá-lo por um instante, e ergueu a chávena. — Seja qual for o desfecho, Gabriel... já não és o mesmo homem que chegou a esta casa há semanas.
— E isso incomoda-te?
Damien sorriu.
— Nem um pouco. Mas sugere que talvez esteja na hora de começar a temer por ti.
Gabriel encarou-o, o olhar límpido, mas denso.
— Talvez este seja o momento em que preciso de mais coragem. Não para lutar... mas para esperar.
— E ela? Achas que mudou muito?
— Sim. E não. — disse Gabriel, baixando o olhar para a chávena entre as mãos. — Está mais forte. Mas... há momentos em que me parece ver nela a rapariga que deixei para trás. Quando respira fundo antes de responder. Quando morde o lábio porque quer dizer mais do que pode.
Damien soltou um suspiro discreto.
— Ainda não acredito que vieste até aqui com uma missão secreta e acabaste enredado por uma mulher.
Gabriel ergueu os olhos.