Ventos de Paixão - O Preço da Esperança - Vp Livro1

Capitulo 11

No dia seguinte, após o almoço e com o sol a iluminar as ruas movimentadas de Londres, a carruagem de Damien parou em frente à residência de Lady Penélope. A casa destacava-se pela sua arquitetura refinada, com uma fachada de pedras claras e varandas decoradas com flores frescas — um reflexo da sua dona: elegante, mas sem extravagâncias.

Damien, com um sorriso ligeiramente malicioso, perguntou enquanto saíam da carruagem:

— Estás preparado? Penélope não é uma mulher que se impressiona facilmente. Vais precisar de todo o teu charme, Gabriel.

Gabriel respondeu com um leve erguer de sobrancelha:

— Se ela estiver disposta a ajudar Lilian, isso já me basta. Não vim aqui para a impressionar, Damien.

Damien riu baixinho enquanto subia os degraus da entrada:

— Claro que não. Mas acredita em mim, vais precisar de causar boa impressão. Ela adora analisar os seus convidados.

Assim que Damien tocou à campainha, a porta foi aberta por um criado impecavelmente vestido, que os guiou para o salão principal. O salão combinava acolhimento com elegância: cortinas pesadas em tons de creme e dourado, um grande piano de cauda e várias cadeiras estofadas em veludo.

Penélope levantou-se da sua poltrona junto à lareira quando os dois homens entraram. Era uma mulher ainda jovem, com um porte altivo e um olhar aguçado.

— Damien, meu caro — cumprimentou com um sorriso caloroso —, como é bom ver-te outra vez. Finalmente decidiste fazer-me uma visita.

Damien aproximou-se para lhe beijar a mão, inclinando-se ligeiramente:

— Lady Penélope, é sempre um prazer estar na sua companhia. E trouxe comigo um amigo muito especial.

Os olhos dela passaram rapidamente para Gabriel, avaliando-o sem cerimónias.

— Ah, então este é o famoso Conde de Sinclair de quem me falaste na carta.

Gabriel inclinou-se numa saudação cortês:

— É uma honra conhecê-la, Lady Penélope. Damien falou muito bem de si.

Ela deu um sorriso, olhando para ele de forma perspicaz:

— Espero que tenha sido honesto. Por favor, sentem-se. Gostaria de ouvir mais sobre este amigo misterioso que me trouxeste.

Os três sentaram-se. Pouco depois, uma criada entrou com uma bandeja de chá e bolos, servindo-os com discrição. Damien manteve o tom descontraído, mas a conversa não tardou a virar para assuntos mais sérios.

— Penélope — começou Damien, pousando a sua chávena de porcelana com cuidado —, estamos aqui porque precisamos do teu conselho. E do teu apoio.

Os olhos dela brilharam com curiosidade:

— Ora, Damien, fala-me desse apoio de que precisas.

Gabriel interveio, o tom educado mas determinado:

— Trata-se de Lilian, minha senhora. Sei que é madrinha dela e que se preocupa genuinamente com o bem-estar dela. O noivado com Lord Whitaker... não deve seguir em frente.

As feições de Penélope endureceram ligeiramente, mas os seus olhos não mostravam surpresa:

— Esse assunto, infelizmente, não me é estranho. Sempre desconfiei das intenções de Whitaker, mas o meu irmão é teimoso. Acha que está a proteger a filha com esta união.

Gabriel inclinou-se ligeiramente para a frente:

— Whitaker não quer proteger Lilian. Ele quer poder. E não é apenas ambicioso. Ele usa o medo e o poder para controlar quem o rodeia. Não posso permitir que Lilian seja vítima disso.

Penélope ficou em silêncio por um momento, os dedos a percorrerem o bordo da chávena. Depois, olhou para Gabriel com uma intensidade que parecia querer ler-lhe a alma:

— E o que sugere, jovem? Está disposto a enfrentar Whitaker por ela? Porque, se seguir este caminho, não há como voltar atrás.

Gabriel manteve o olhar fixo no dela:

— Estou disposto a tudo para proteger Lilian. Mas não o conseguirei sem o seu apoio.

Um sorriso quase impercetível surgiu nos lábios de Penélope:

— Muito bem. Vamos começar com um chá e um baile. Estou a dar uma receção em poucos dias. Será a ocasião perfeita para apresentar formalmente o seu "amigo", Damien. E, talvez, para começarmos a traçar um plano para afastar Whitaker.

Damien não conseguiu esconder o sorriso de triunfo:

— Sabia que podia contar contigo, Penélope.

Ela soltou uma pequena gargalhada:

— Não me agradeçam ainda, rapazes. Estamos a lidar com um homem muito perigoso. Mas se há algo que aprendi é que as alianças mais inesperadas são as mais eficazes.

— Obrigado, milady — disse Gabriel, aliviado.

Penélope pegou na sua chávena de chá, fazendo um ligeiro brinde:

— Então, que assim seja. Brindemos ao que vem a seguir. Mas que fiquem avisados: a corte não perdoa erros.

***

Pouco depois, Lilian chegou, acompanhada por Clara. Estava vestida de forma simples mas elegante, com um vestido azul-escuro que realçava os seus olhos verdes. Assim que entrou, Lady Penélope levantou-se para recebê-la com um sorriso caloroso.




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